Como funciona a epigenética?

Bio

Não estamos determinados pelos nossos genes. A informação genética contida nas nossas células é consistente, mas a expressão dos nossos genes é dinâmica e flexível.

Genética e Epigenética

Um gene é um segmento da molécula de ADN a que corresponde um código distinto. Este código contém a informação necessária para produzir uma proteína.

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Todas as nossas células têm toda a nossa informação genética. Esta “biblioteca” de instruções foi herdada dos nossos progenitores, é estável e não sai do núcleo da célula.

É necessário transcrever a informação, fazer cópias que são enviadas para a maquinaria da célula que as traduz em proteínas.

A actividade destas proteínas leva à expressão de determinadas características físicas.

Apesar da estabilidade das instruções, a sua expressão não é fixa.

Aqui entra a informação “por cima da genética”, conhecida como epigenética.

As nossas características não são apenas determinadas pelo códigos genético que herdámos, há mudanças na expressão dos genes em resposta a estímulos ambientais.

Estas mudanças são dinâmicas e flexíveis: respondem a estímulos dentro e fora da célula, são influenciadas pela fisiologia ou inteiramente pelo ambiente a que o organismo está exposto.



Mecanismos Epigenéticos

As alterações à expressão dos genes são controladas maioritariamente sob três formas:

  • O gene com um marcador epigenético é “desligado” diretamente na molécula de ADN, não permitindo a sua leitura.

Este mecanismo faz parte do controle celular normal da expressão dos genes.

Todas as nossas células têm a mesma informação mas no momento em que se diferenciaram e especializaram numa função, determinados genes são marcados como sendo para “não ler”.

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Isto permite-nos ter células completamente diferentes a cumprir funções muito específicas, mas que têm exatamente a mesma informação genética.

  • As alterações epigenéticas podem acontecer não no código de ADN, mas nas estruturas que ajudam a “arrumá-lo” - as histonas.

Estas modificações nas histonas podem facilitar o acesso à informação e assim permitir a sua cópia, ou dificultar este acesso, dificultando a expressão do gene.

As modificações nas histonas podem ainda ser transitórias, ajudando a controlar o volume da expressão do gene, ou podem torna-se permanentes, impedindo o acesso futuro à informação contida nesse gene.

  • Há também mecanismos epigenéticas que ocorrem após a transcrição, no momento da construção de proteínas.

Factores epigenéticos podem surgir em maior ou menor concentração e impedir ou dificultar a leitura da “cópia” das instruções para a construção de determinada proteína.

Flexibilidade da epigenética

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A flexibilidade do epigenoma permite-nos, mesmo com uma informação genética fixa, ajustar a alterações no mundo à nossa volta. Permite ao nosso corpo “aprender” com a experiência, a sermos adaptáveis às condições ambientais.

Mas também permite que factores nocivos nos afetem e se integrem na nossa informação epigenómica, e resultem em consequências negativas ou no aparecimento de doenças.

A epigenética é uma ciência relativamente recente, há já muitos dados mas ainda mais questões por responder.

O fascínio pela possibilidade de podermos alterar a expressão dos nossos genes pode dar origem a falsas conclusões ou expectativas irreais.

Devemos ter especial cuidado com a pseudociência.

Sê gentil contigo,

até breve.

 

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