Mapa fácil das nossas Vozes Internas
Todos nós temos o desejo de ser felizes e prosperar, mas há em nós uma voz negativa que nos invade nos momentos mais críticos para nos passar uma rasteira interna.
Passamos demasiado tempo a ouvir esta voz crítica. Se continuarmos a viver dominados por estes pensamentos intrusivos vai ser muito difícil atingir o que quer que pretendamos.
É suposto termos a capacidade de parar de ouvir este crítico interno e passar a ser mais feliz… então, porque é tão difícil mudar a nossa “banda sonora” interna?
Apresento-te
um mapa simples dos diferentes tipos de vozes que habitam na nossa mente,
o porquê de nos ser tão difícil escolher ouvir apenas o nosso lado sensato e passar a ser mais feliz e
um resumo da estratégia a tomar para deixar cair o nosso lado crítico que nos prejudica.
Diferentes tipos de vozes internas
A nossa voz interior pode ser uma ferramenta fantástica ou uma maldição.
Queremos ter a capacidade de escolher ouvir o nosso lado sensato, conectado com a realidade, e que nos ajuda a prosperar.
Mas temos também um lado crítico que nos puxa para um drama interno improdutivo e auto-sabotador.
Mas estes não são os únicos atores no nosso diálogo interno.
O nosso lado improdutivo tem pelo menos três personagens:
O Crítico: que secretamente acredita que não merecemos sucesso, que não temos valor, não somos amados mas feios, falsos e sem capacidades. Rouba-nos a iniciativa, não permite que desfrutemos nada, faz-nos encolher e fechar em nós próprios. Enche-nos de culpa e vergonha e faz-nos esconder do mundo.
O Mascarado: que apresentamos ao mundo de forma mais ou menos consciente. Como uma capa pretensiosa, quer mostrar apenas os nossos melhores atributos e exige de nós que nunca deixemos cair esta imagem de perfeição. Não permite correr o risco de alguém ver por detrás desta capa e descobrir as nossas imperfeições. Desgasta-nos, exige demasiada energia para manter uma imagem impecável, e deixa-nos a viver no medo de sermos descobertos.
O Apaziguador: que nos incentiva a desligar da realidade e a retirar importância ao que nos está a causar stress. Em vez de nos ajudar a encarar e resolver a situação que temos perante nós, ajuda-nos a evitar ou procrastinar. Desvia-nos a atenção e o foco, encontra desculpas para comportamentos impulsivos, nega as nossas falhas, ou faz-nos rebelar contra as normas impostas pela sociedade.
Porque é dificil escolher ser feliz
É difícil escolher ouvir a voz interna autêntica. Enquanto estivermos nesta dança entre o crítico, o mascarado e o apaziguador, não vamos conseguir escolher ouvir o lado útil da nossa voz interior. Vamos, de alguma forma, ter de sair deste nível de diálogo interno.
Estamos entretidos na ilusão da escolha. Podemos desligar o crítico para nos exigirmos colocar a fantasia de sucesso que nos oferece o mascarado. Ou então, cansados desta batalha, escolhemos ouvir o apaziguador e evitar o confronto com a realidade.
Em ambos os casos é certo que mais cedo ou mais tarde o crítico nos volta a atacar por sermos uma fraude ou um fracasso.
Estratégia para deixar cair o crítico interno
Antes de conseguir ter a serenidade necessária para ouvir o que a nossa voz interior autêntica tem para nos dizer, vai ser necessário questionar as crenças associadas a estas três personagens.
Questiona o crítico: pergunta-lhe o porquê de acreditar no que acredita. Se a crença é por exemplo “não mereço” pergunta-lhe: o que desencadeou esta voz? Quem me falou assim no passado? Em que grau está a exagerar a realidade?
De seguida deixa-o cair, foca-te antes nas qualidades que possuis, nos recursos que tens ou que podes desenvolver.
Questiona o apaziguador: Porque surgiu esta voz? Do que está atentar fazer-te fugir? O que está por detrás desta necessidade de negar a realidade?
Retira-lhe a força que tem sobre ti. Tenta encontrar os aspetos positivos da situação em que te encontras e nas possibilidades que tens para melhorar a situação. Se nada puder ser feito aceita este facto.
Larga este lado teu improdutivo, podes permitir-te relaxar sem perder o contacto com a realidade.
Questiona o mascarado: Porque tem a necessidade de te apresentar assim? O que significa ser “perfeito”? Quem te exigiu ser desta forma no passado? Está adequado ao momento? Tem o teu melhor interesse em vista?
Mas não o largues, reinterpreta-o. Reflete em quando, onde e em que grau te é favorável ser dessa forma. Aprende a por e tirar a máscara de acordo com a necessidade do momento, ajusta-a à tua realidade.
Torna-te consciente das crenças negativas que carregas e suaviza-as colocando-as em causa sempre que te invadem. Os teus pensamentos não te definem.
Ganha coragem para lidar com as situações conforme a realidade assim o exige, na justa medida, nem mais nem menos do que é necessário.
Desfaz-te da capa pretensiosa, aproveita apenas as partes que te são realmente úteis e ajusta-as a cada situação.
A tua voz interior é uma ferramenta fantástica.
Sê gentil contigo,
até breve.
Leitura recomendada: